O artigo faz uma reflexão sobre as iniciativas de participação e controle social da administração pública para enfrentamento da corrupção no Brasil. O referencial teórico conjuga a Teoria da Prática de Pierre Bourdieu com a Teoria da Ação Coletiva de Alexis de Tocqueville. A primeira funda as bases para a compreensão da racionalidade dos agentes por meio da reflexividade estrutura-agência. Nessa abordagem, as práticas sociais, inclusive de corrupção, decorrem de possibilidades constituídas socialmente. De Tocqueville, utiliza-se a centralidade da ação coletiva para a constituição de democracias direcionadas por lógicas mais universalistas, igualitárias e voltadas ao bem comum. A compreensão sobre a corrupção surge no reverso dessa lógica. A pesquisa utiliza a abordagem qualitativa, a partir de dados secundários, disponíveis em sítios eletrônicos de governo e em documentos eletrônicos de organizações sociais voltados à promoção do controle social. Como resultado, busca-se apreender a lógica predominante das práticas das organizações de controle social e sua contribuição para a força coletiva, de forma a contribuir com o debate sobre superação da corrupção sistêmica.